23/11/2012

Prazo Curto, Entrega Rápida e Cadê o Pagamento?

Quem nunca pegou um cliente com urgência para criar um novo projeto ou realizar uma alteração na sua loja para vender mais, ou fazer uma ação promocional para "alavancar as vendas", "salvar o mês"?

Todo profissional que se preze trata isso com o maior respeito entendendo que a urgência do cliente era realmente importante para ele conquistar seus objetivos (seu lucro).

Quando eu fazia parte de uma empresa (loja virtual) sempre vi ações desse tipo acontecerem. Muitas vezes era porque o concorrente fez. O simples fato do concorrente lançar algo na sua frente, fazia desde o Presidente, Diretor, Gerente e isso rolando em cascata até chegar em você, mero Designer, uma avalanche de ordens e frases do tipo: "- Tem que fazer isso para ontem!", "- A loja Xpto.Com fez e nós não fizemos ainda porque?"

Eu nem vou discutir, era funcionário, tinha que fazer e tal. Era pago por isso, como dizem.

Hoje, por ser empreendedor, tal qual o Pipoqueiro, Dogueiro, etc... sem desmerecer esses profissionais que fazem da alimentação de rua seu ganha pão, ou seja, lutamos dia-a-dia para pagar nossas contas e dar um futuro digno para seus filhos, tenho um olhar diferente:

A prioridade, urgência, desespero, seja qual for a palavra para essas situações, traz um cliente muito ansioso. Você já percebe sua ansiedade no texto rápido do email, ou nas palavras rápidas que ele profere como se aquilo fosse resolver seu prazo, que já está correndo.

A conversa passa a ser um monólogo sucinto e resumido em duas perguntas: "Quando você entrega?" e "Quanto isso vai custar?"

A conversa termina logo se você consegue atendê-lo no prazo desesperador, mas fica muito difícil se você tentar argumentar seu prazo real para realização do projeto, justificar o seu tempo de criação, organização das ideias, planejamento, coisas que são normais para qualquer empresa, mas que para esse cliente, elas não se aplicam. Ele simplesmente não aceita isso.

O custo, para esse cliente, não é um problema. A negociação de custos é rápida, como toda a conversa.

Depois que tudo está acertado, briefing (feito às pressas), prazo (mínimo), custo, chega a fase da realização do projeto.

Vamos lá! A correria se reflete igualmente na produção do projeto. Apresenta-se um layout, inevitavelmente com alterações a fazer. Alterações feitas também rapidamente para não atrasar o prazo do cliente.

Aprovado o projeto, ele é entregue rápido. Cumpriu-se o prazodo cliente. Muito bem! Palmas para você "Designer Fast-Food"!

Agora é a hora do pagamento. Muito bem, chegamos onde eu queria. A questão aqui é a velocidade que você irá receber o pagamento. Ela será sempre inversamente contrária ao prazo de entrega, ainda que você tenha feito uma negociação prévia (metade antes e metade depois), no pagamento sempre há problemas. O cliente demora muito para pagar ou simplesmente some, sem dar sinal de vida.

Escrevi isso pois precisava desabafar. Isso não acontece com todos os clientes. A maioria faz não só o pagamento, mas todo o processo correto, mas tem alguns que infelizmente eu não deveria ter dado toda a atenção.

Se me permitem uma opinião particular, prefiro estar com gente correta trabalhando comigo.

Você que está lendo isso e é Designer e/ou prestador de quaisquer serviços, teve ou tem alguma experiência deste tipo? Deixe seus comentários.

Vinicius Patente

Um comentário:

Givaldo Alves disse...

Vinicius, sou designer também e vivo exatamente isso. Acredito que deve sempre existir uma parceria entre cliente e prestador de serviços para que todos tenham as suas necessidades atendidas. E se o prestador de serviço atendeu satisfatoriamente a urgência do cliente, é mais que justo receber corretamente o pagamento.
O que não podemos é ser o Designer Fast-Food que desvaloriza a profissão. Cliente, não só exija profissionalismo mas seja também profissional com seus prestadores de serviço.